Na opinião de Luciane Cergoli, coordenadora de projetos do Cenn (Centro de empreendedorismo e novos negócios) da FGV-EAESP – Fundação Getúlio Vargas e especialista em linhas de crédito para pequenas e médias empresas, essa situação não existe por acaso. “O Brasil tem algumas aberrações na parte de crédito, principalmente quando falamos de linhas de crédito para pequeno e médios empresários. O que vemos atualmente é que para esse público não são muitas as alternativas, principalmente quando a empresa ainda não está estruturada”, explica a professora. A profissional já no ABN AMRO Bank e atualmente está no Banco Cacique, onde é responsável pelo segmento de microempresas.
Por mais simples que pareça, a recomendação de Luciane aos empresários que desejam aprovar linhas de crédito com seus bancos é que eles estreitem o relacionamento com o seu gerente. “Os bancos não costumam dar crédito para empresas que estão começando. A dica é o empresário profissionalizar a informação. Os bancos prezam pela qualidade. Construa com o gerente um relacionamento, pois será ele quem poderá dar, ou não, o crivo para a aprovação do crédito do seu negócio”, aconselha a especialista.
Além dos grandes bancos, existem fontes de recursos públicos direcionados à inovação que oferecem diversas opções de obtenção de crédito para empreendedores em fase inicial de seu negócio, como a FATEP e a FINEP (veja matéria sobre como abrir o capital da sua empresa por meio do programa da FINEP aqui). Entretanto, para que essas opções sejam viabilizadas é preciso que o empresário tenha um Plano de Negócio alinhado ao tipo de crédito oferecido. Na opinião de Luciane, falta comunicação entre as instituições e os novos empresários. “Nesses casos, recomendo que os empresários participem de concursos de planos de negócios. Dessa forma podem amadurecer a ideia de seus projetos e apresentar um material mais sólido”, explica Cergoli.
Anualmente a FGV realiza um workshop para pequenos e médios empresários sobre linhas de crédito. O evento esse ano está marcado para setembro, com data ainda não confirmada, e contará com a participação do BNDES